quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Flor de corticeira


Cresci ouvindo meus pais e avós falarem que, quando as corticeiras começam a florescer é sinal de que o verão chegará mais cedo, da mesma forma que os maricás apontam a chegada do inverno. Desde então, comecei a observá-la, já que na minha cidade natal (São Lourenço do Sul/RS) há muitas destas na beira da Lagoa, e constatei que é real.
Também conhecida como Ceibo, Seíbo ou Bucaré (em Guarani), é uma árvore originária da América do Sul,  inclusive foi declarada a flor nacional da Argentina, pois simboliza a fecundidade. Pertence a família das leguminosas, não é muito alta e suas sementes são guardadas em vagens curvas. A madeira é leve e porosa e muito aproveitada na construção de balsas, canoas, etc...Elas crescem nas ribeiras dos Rios, nos Pampas e regiões úmidas. Mas o encantamento desta árvore está em suas lindas flores com aspecto aveludado e de um nuance vermelho de dar inveja.
Forma de inspiração para muitos poetas e músicos regionais, a flor de corticeira também traz uma lenda que percorre os países latinos, principalmente dos nossos hermanos argentinos e paraguaios.
Esta mesma inspiração que ilumina as minhas costumeiras caminhadas de final de semana à beira do Rio Guaíba e que no embalo de suaves brisas, saúda a chegada de mais um verão.   

Fotos: Fernanda Eick


A lenda de Anahí

Havia uma Índia feinha de rasgos toscos, de nome Anahí. Nas tardes quentes de verão, Anahí cultivava a atenção de sua tribo, com canções inspiradas em seus Deuses e no amor à terra.
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Quando chegaram os conquistadores, Anahí foi capturada pelos soldados e levada ao acampamento montado e vigiada pelos sentinelas.
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Numa noite em que o sono venceu o sentinela, Anahí escapou e foi perseguida por soldados, e quando foi alcançada, travou uma luta com seu opressor, momento em que conseguiu ferir o mesmo mortalmente, com a adaga do próprio soldado. 
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O grito deste soldado trouxe mais e mais soldados, que a perseguiram até alcançá-la. Em represália a sua vontade de recuperar a liberdade novamente e continuar a morar livremente na Terra que os Deuses tinham lhe dado, os conquistadores impuseram um castigo espetacular a ela, que serviria como exemplo para todos os demais da Tribo.
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Ela foi amarrada a uma árvore e rodeada de lenha, a qual atearam fogo. Ela inclinou a cabeça para o lado, e começou a sofrer, em profundo silêncio, a sentença imposta pelos conquistadores. 
Mas parecia que o fogo não queria tocá-la, como que recebendo ordens dos Deuses, e a árvore entendendo a mensagem, foi tomando Anahí e fundindo seu corpo ao tronco num abraço identificador.
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No dia seguinte, os soldados se viram ante uma árvore de verdes folhas e flores aveludadas de cor vermelho carmim, que mostrava o desejo dos Índios de serem livres junto à terra e sua ecologia.
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Esta lenda, percorre os países latinos e nossos hermanos Paraguaios fizeram dela uma música, complementando ainda mais a vontade  de Anahí de estar sempre na sua terra, viva e sendo exemplo de liberdade...

Um comentário:

Romy disse...

Olá Fernanda,

No post do selinho deixei-lhe uma mensagem, obrigada amiga.

1 beijinho